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O projeto nasceu a partir da ideia de unir duas atividades extrassalas, já oferecidas na Universidade Federal do ABC, que aproximariam os conteúdos disciplinares ao trabalho de campo, criando um curso interdisciplinar.

 

O curso reúne diálogos entre áreas e especialidades do conhecimento diversas, problematizando as mudanças sociotécnicas e ambientais da região da Baixada Santista e suas ligações com diversos contextos temporais. 

 

Apresenta leituras e uma saída de campo orientadas para a discussão histórica e  interdisciplinar sobre a Serra do Mar e seus caminhos, como objetos sociotécnico e ambientais.

 

Entre os objetivos do projeto estão a necessidade de integrar conhecimentos históricos, científicos e tecnológicos em relação à região, problematizando o passado e o presente, com especial interesse nas transformações socioambientais ocorridas a partir do século XIX e XX.

 

Visa observar aspectos históricos e atuais da Mata Atlântica, dos recursos hídricos, chuvas e marés mo estuário/canal do porto, bem como no que diz respeito aos usos dos mesmos perante os caminhos, comunidades tradicionais, obras públicas, traçado urbano, pesca, crescimento urbano e demográfico.

Compreendemos que as noções de sociedade e natureza são apenas conceitos abstratos, cuja delimitação é resultante da instauração e expansão da modernidade europeia a partir do XV e posteriormente dos processos de institucionalização das ciências no mundo a partir do XIX. Na perspectiva da Teoria Ator-Rede vivemos num emaranhado de construções sóciotécnicas, locais e globais ao mesmo tempo, que nos permitem reconhecer as coisas naturais, humanas e não humanas, como separadas, dadas e naturais desde sempre. Os diferentes caminhos passiveis de serem historiados nos tempo nos permitem compreender as marcas deixadas pela modernidade em nosso território, as relações sociais e imaginários científicos e ambientais presentes.

 

Como um sistema de referências previamente concebido os atores são dados apenas como humanos. Com a expansão das ciências da natureza, a partir do século XIX, qualquer contato com a natureza que não fosse de cunho científico passou a ser simbolo de barbárie, não civilizado ou atrasado. Nesta perspectiva hegemônica, ficaram de fora da construção do conhecimento sobre o ambiente os saberes das comunidades, saberes tradicionais, memórias e a própria natureza, retomados apenas pelo movimento ambientalista do séc. XX.

 

Por essas razões é relevantes propiciar ao alunado a vivência interdisciplinar, o resgate da memória da modernidade ou tradicional, a reflexão sobre as relações entre humanos e não humanos e a construção de narrativas desmobilizadoras das redes sociotécnicas hegemônicas, procurando questionar e vislumbrar possibilidades coletivas de um futuro comum.

 

Buscamos, assim, historicizar as ciências que trouxeram positividades e também impactos diversos nos locais ou temas escolhidos, esperando com isso facilitar aos alunos um espaço interdisciplinar de reflexão crítica e não menos científica sobre o patrimônio natural e cultural da região. Esperamos instigá-lo na sua ação, por meio da construção de sua própria memória, narrativas e significado de coletividade.

 

 

 

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